Os produtores rurais com linhas de crédito de custeio de até R$  300 mil ganharam mais um ano para contratar o seguro, seja por meio do  Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), seja por meio  do seguro rural comum. O Conselho Monetário Nacional (CMN) prorrogou a  exigência, de julho de 2015, para julho de 2016.
 De acordo  com o Banco Central (BC), o adiamento ocorreu a pedido dos bancos, que  não conseguiram atualizar os sistemas de informática e reforçar a  fiscalização sobre os mutuários. No caso de um produtor ter uma quebra  de safra e acionar o seguro, a instituição financeira precisa verificar  se houve o sinistro para pagar a indenização.
 Para as operações  de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura  Familiar (Pronaf), a contratação do seguro rural é obrigatória desde  2004. O adiamento da obrigatoriedade do seguro vale apenas para as  linhas de crédito fora do Pronaf.
 Segundo o BC, a contratação de  seguros, associada a operações de crédito rural, é importante para  amparar os agricultores e os pecuaristas em caso de riscos climáticos  (secas ou enchentes) que provoquem a perda da produção. Os seguros,  informou o BC,  são vantajosos para o governo, porque reduzem a pressão  para a renegociação de dívidas do crédito rural.
 O CMN aprovou  também a autorização para que organismos financeiros internacionais,  como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento,  apliquem em títulos públicos brasileiros. Desde o ano passado, essas  instituições podem aplicar dinheiro em títulos privados e em operações  de crédito para o setor privado, mas não podiam comprar papéis do  Tesouro Nacional.
 Com a missão de financiarem projetos de  infraestrutura e de desenvolvimento, os bancos multilaterais captam  recursos para emprestar ao setor público e privado. Anteriormente, o  dinheiro podia ser captado apenas no exterior e estava sujeito à  variação cambial. As oscilações do câmbio prejudicavam a tesouraria  dessas instituições.
 No ano passado, o CMN autorizou os  organismos internacionais a captar recursos no mercado interno. Quando o  dinheiro não tinha destinação específica, os bancos podiam emprestar ao  setor privado e aplicar em papéis privados. Agora, eles poderão aplicar  em títulos públicos enquanto o projeto de desenvolvimento não é  liberado.
 Outra decisão do CMN foi o cancelamento do Programa de  Capitalização de Cooperativas de Crédito, que amplia o capital e fornece  liquidez às cooperativas. De acordo com o Ministério da Fazenda, não  haverá prejuízo às cooperativas, porque as linhas de crédito do programa  foram absorvidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e  Social (BNDES). O ministério não forneceu informações sobre o orçamento e  o número de mutuários do programa cancelado.