A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou na tarde desta 
quinta-feira (27) o projeto de lei que cria o vale-cultura. A nova lei 
concede R$ 50 por mês a trabalhadores (entre eles servidores públicos 
federais e estagiários) que recebem até cinco salários mínimos (R$ 3,39 
mil, considerando salário a partir de 2013).
O dinheiro poderá ser gasto na compra de ingressos para shows e 
espetáculos e também na aquisição de produtos como livros e DVDs.
	Somente receberão o benefício os empregados das empresas que aderirem 
ao projeto, e o trabalhador terá um desconto de até 10% (R$ 5) do valor 
do vale. O funcionário pode optar por não receber o valor.
	O texto sancionado por Dilma foi aprovado no Senado
 no dia 5 de dezembro. Agora, abre-se prazo de 180 dias para que o 
governo federal publique uma regulamentação que esclareça como 
funcionará o programa.
	De acordo com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, a quantia passará a
 ser recebida a partir de julho do próximo ano. Até lá, disse a 
ministra, o governo negociará com empresas para favorecer a maior adesão
 ao projeto. O governo federal vai desembolsar cerca de R$ 500 milhões 
em 2013 em incentivos.
	“Pode ser que saia antes, mas nosso limite é julho. Acredito que até 
julho o trabalhador possa estar com este recurso em mãos. Isto não é 
obrigatório para as empresa, como não é obrigatório para o trabalhador”,
 disse a ministra.
	'Defasagem'
	A ministra admitiu que o valor do vale já inicia defasado, mas afirmou 
que foi a forma que o governo encontrou para a implementação da 
proposta.
	“Realmente tem uma defasagem. Mas nós fizemos bem o cálculo. Se  
fossemos ampliar, sairia bem mais caro.  Vai ser R$ 50 por mês e vai ser
 cumulativo, dá para você pegar um bom cineminha e até teatro”.
	Embora a ministra tenha afirmado que existem cerca de 17 milhões de 
trabalhadores que ganharam até cinco salários mínimos, o governo ainda 
não tem uma estimativa de quantas pessoas serão beneficiadas.
	O projeto tem por objetivo promover a universalização do acesso a 
serviços culturais, e estimulará a visitação a estabelecimentos e 
serviços culturais e artísticos, além de incentivar o acesso a eventos e
 espetáculos.
	“Vale para livro, vale para dança, vale para toda a atividade cultural.
 É um benefício em duas pontas. Na primeira, coloca na mão do 
trabalhador a escolha do que ele quer consumir para a cultura e, para o 
produtor cultura, porque ele vai ter mais pessoas podendo a assistir sua
 produção”, avaliou a ministra.