A Câmara dos Deputados aprovou medida provisória que 
autoriza flexibilizar licitações para obras e serviços ligados à área da saúde. 
O texto, que agora segue para apreciação no Senado, prevê a aplicação do Regime 
Diferenciado de Contratações (RDC), já utilizado em obras da Copa do Mundo de 
2014 e das Olimpíadas de 2016.
Em maio, o Congresso aprovou a 
flexibilização de licitações, também, para obras do Programa de Aceleração do 
Crescimento (PAC). O RDC, de acordo com defensores do projeto, permite agilizar 
licitações de obras consideradas importantes.
O objetivo do mecanismo é 
tornar mais ágeis os processos de contratação de empresas para projetos 
públicos, para isso, torna mais flexíveis regras das licitações convencionais. 
Uma das inovações é a ocultação da estimativa de preços no edital, que visa 
evitar que as concorrentes façam conluio para apresentar preços 
maiores.
Já os críticos apontam que, com o RDC, há menos transparência do 
governo na condução dos processos – o valor de referência das obras só é de 
conhecimento do governo e dos órgãos de controle. Também alegam que o 
procedimento diminui os requisitos para a participação de empresas em obras, o 
que reduziria a concorrência.
Produtos nacionais
A MP 
aprovada pela Câmara autoriza ainda a exigência de produtos e serviços nacionais 
nos editais de licitação e contratos de obras do PAC geridos por estados e 
municípios que tenham transferência obrigatória de recursos financeiros da 
União.
A medida provisória também dispensa a licitação para a contratação 
do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica (Ceitec) por órgãos e entidades 
públicas. O Ceitec é uma empresa pública federal ligada ao Ministério de Ciência 
e Tecnologia. O órgão produz microships usados, por exemplo, para rastreamento 
de gado e na confecção de passaportes.
O texto original da MP só tratava 
da empresa de tecnologia, mas emendas acrescentadas por parlamentares na 
comissão especial inseriram os artigos que ampliam o regime que flexibiliza 
licitações.